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Shadow IT: estratégia de negócios ou comportamento de risco?



O desafio de descentralizar redes sem perder o controle dos dados

Por Gabriel Amorim*

Especialmente nos últimos dois anos, com o crescimento das operações remotas, as redes empresariais migraram para as casas dos colaboradores ou para qualquer lugar de onde eles estejam trabalhando. Associada a uma urgência no fluxo de dados e no acesso a softwares importantes para o andamento das operações, essa descentralização acaba resultando em processos que ultrapassam os limites da TI.

Essa tendência de autonomia do usuário final no uso de equipamentos e aplicações, propiciada por um movimento de transformação digital apoiado pela Cloud Computing, é um dos fatores que promovem a Shadow IT, ou TI Invisível. Dessa forma, práticas operacionais, que vão da simples troca colaborativa de arquivos ao desenvolvimento de aplicativos com código baixo (Low Code e No Code), saem da autoridade dos departamentos especializados e ganham espaço em áreas de negócios como marketing, finanças e recursos humanos.

O ambiente multicloud - nuvens públicas, privadas e híbridas -, favorecido pela Edge Computing, é um impulsionador da Shadow It, provendo independência aos agentes envolvidos na execução de tarefas diárias, que ganham mais agilidade e poder de decisão. Para se ter uma ideia, dados do IDC divulgados em 2020 apontam que mais de um terço das empresas pesquisadas adquiriram mais de 30 tipos de serviços de nuvem de 16 diferentes provedores, somente em 2019.

Mas, se por um lado essa liberdade aumenta a eficiência e acelera processos, por outro o Shadow IT pode causar problemas como a exposição de informações críticas e, em casos severos, vazamentos e sequestro (ransomware) de dados. A IBM, por exemplo, revelou recentemente que 45% dos crimes cibernéticos relatados nos estudos de casos da IBM X-Force IRIS foram facilitados por aplicações baseadas em nuvem.

Além disso, o uso desmedido da infraestrutura, sem uma supervisão sistêmica pelas áreas de TI, pode resultar em despesas extras com espaço de armazenamento na nuvem por diferentes motivos, que incluem gastos desnecessários com máquinas virtuais não utilizadas (downtime). A possibilidade de áreas não técnicas desenvolverem aplicações próprias é outro gargalo, pois é comum a inclusão de módulos e funcionalidades que sobrecarregam a rede, obrigando as companhias anteciparem planos de ampliação do ambiente.

Nesse cenário, o desafio é aproveitar o melhor dos dois mundos, onde a tecnologia tenha maior aderência ao negócio e atenda necessidades mais específicas de departamentos e usuários, com a segurança necessária para proteção de dados e integração às metodologias internas para organização de arquivos e documentos digitais.

É responsabilidade do usuário utilizar com bom senso os recursos disponíveis, e a aculturação dos times para que os colaboradores tragam para si a missão de respeitar o compliance da organização, hoje, é parte integrante da governança corporativa. Em adição, as empresas podem contar com mecanismos de gestão e monitoramento que regulam as ações dos colaboradores em rede, a partir do login.

Com a iminente chegada do 5G e a consequente ampliação de uma cloud computing mais veloz e pulverizada, as empresas precisam estar preparadas para lidar com novas estratégias que otimizem o fluxo de dados, sem perder o controle da situação. Com ferramentas assertivas e políticas internas bem delineadas, é possível tirar a Shadow IT das sombras e torná-la uma aliada da produtividade.

*Gabriel Amorim é Sales Engineer da Populos


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