Ultra muda plano de expansão e opta por negócios menores

Marcos Lutz presidente Ultrapar


Com esforços concentrados em recolocar a distribuidora de combustíveis Ipiranga na rota do crescimento com rentabilidade, o grupo Ultra não deve participar de grandes operações de fusão e aquisição (M&A, na sigla em inglês) tão cedo. Mas há espaço para que pelo menos duas de suas empresas, Ultragaz e Ultracargo, protagonizem transações dessa natureza, ainda que de pequeno porte, indicou o novo presidente da Ultrapar, Marcos Lutz.

"Não vamos fazer algo gigantesco agora. A compra da refinaria da Petrobras não seria um projeto bom para o momento que a gente vive, com instabilidade do petróleo, taxa de juros", comentou o executivo, ao ser questionado sobre a estratégia da Ultrapar para seu portfólio de ativos. "O caminho agora é M&A de pequena escala, potencializando Ultragaz e Ultracargo".

No início de outubro, u Ultrapar encenou negociações exclusivas com a Petrobras para compra da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). A aquisição corresponderia ao primeiro grande passo da nova estratégia do grupo com foco em energia e infraestrutura — os dois negócios menos sinérgicos. Oxiteno e Extrafarma já estavam sendo vendidos e aguardam aval de órgãos reguladores à operação.

A transição de comando também já estava em curso no Ultra. Em sua primeira teleconferência como presidente, Lutz disse ontem que a holding deve ser capaz de criar valor ao gerir ativos e, embora 'interessante', o mercado de gás natural não oferece entrada simples.

O grupo não apresentou proposta pela Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), arrematada pela Compass (da Cosan), porque não enxergou no ativo "uma maneira de entrar rentavelmente" nesse segmento, explicou. O guarda-chuva de investimentos do Ultra ainda corresponde ao mundo da energia, mas os esforços, neste momento, estão voltados para dentro de casa, mais especificamente à Ipiranga.

No passado, um dos pontos de atenção na rede, segundo Lutz, era a relação com a revenda. Hoje, já dentro do grupo, ele se sente "mais tranquilo e confortável" quanto ao tema. Pra o executivo, não há razão estrutural para que a distribuidora de combustíveis tenha desempenho inferior aos de suas duas grandes concorrentes, Vibra (ex-BB) e Raizen.

"A Ipiranga tem marca reconhecida e infraestrutura muito semelhante. Há algum GAP [ em infraestrutura]  em relação a vibra,  mas ele não justifica a diferença de desempenho", afirmou. A Ipiranga tem reportado margens mais fracas que as suas concorrentes com atuação Nacional mas segundo Lutz essa diferença será fechada ao longo do tempo mediante ajustes operacionais. "São dezenas de iniciativas que, no todo, fazem diferença. O time está fazendo as mudanças e tenho certeza que terão bons frutos".

 No ano passado, a Ipiranga registrou o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente de R$ 2 bilhões, cum expansão de 17%. As Margens mostram melhora sequencial chegando a R$ 109 por metro cúbico  no último trimestre.  Mas o início de 2022 indica margens mais pressionadas, disse o diretor financeiro e de relações com os investidores do grupo, Rodrigo Pizzinatto.

Segundo ele os resultados da distribuidora no primeiro trimestre seguem "aquém do esperado" e devem ficar abaixo do reportado no primeiro trimestre de 2021, quando houve o benefício de ganhos de estoque.  Para o UBS a expectativa é que a Ipiranga mostre melhora no decorrer do ano, com transformações em curso na operação e a base de resultados fraca no segundo e terceiro trimestres do ano passado.

Em 2021, o Ultra teve receita líquida de R$ 118,8 bilhões, alta de 40%, e Ebitda recorrente de R$ 4 bilhões, com expansão de 22%.  O lucro líquido atribuído aos acionistas da controladora chegou a R$ 850,5 milhões, comparável a R$ 893,4 milhões de 2020,  pela piora do resultado financeiro.

Em comentário que acompanha o balanço, o comando do grupo destacou que Ultragaz, Ultracargo, e Oxiteno atingiram resultado recorde e rentabilidade Histórica no ano passado, enquanto Ipiranga e Extrafarma "tiveram um primeiro semestre de resultados mais fracos e, mesmo com a melhora nas operações a partir do segundo semestre, não atingiram os níveis desejados de rentabilidade".

Com informações de SteBa Fontes | Valor Econômico
Texto extraído do boletim SCA
Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica com especialização em Tecnologia da Informação e Comunicação. Editor chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Jornalista e Diagramador - DRT 10580/DF. Sites: https://etormann.tk e https://atualidadepolitica.com.br

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