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Música na UTI neonatal do Hmib reduz estresse de bebês internados

Projeto da musicista Fernanda Cabral foi criado em 2014, na cidade de Leiria, Portugal, e conta com apoio do FAC



A música é mais um instrumento no tratamento de bebês internados na UTI neonatal do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Trata-se do projeto Música nas Incubadoras, desenvolvido pela musicoterapeuta Fernanda Cabral, com o objetivo de tranquilizar e reduzir o estresse dos bebês internados e de suas mães.A artista Fernanda Cabral (E) começou a desenvolver o projeto em 2014, no Hospital de Leiria, em Portugal, quando fazia mestrado | Foto: Lucio Bernardo Jr./ Agência Brasília

A terapia é realizada com canto e sons de instrumentos de percussão como baquetas, pandeiro africano, chocalho de sementes indígenas e a taça terapêutica de Peter Hess, instrumento especialmente criado para ser utilizado na massagem de corpo. O projeto recebeu R$ 40 mil de recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC).

“Observamos no projeto-piloto a redução da frequência cardíaca do bebê. Se eles estavam muito estressados, com a frequência cardíaca elevada, à medida que a música ia pulsando, a frequência era reduzida”Sandra Lins, chefe da UTI neonatal do Hmib

A sessão de musicoterapia neonatal dura cerca de 30 minutos. O repertório e instrumentos utilizados para cada bebê dependem das necessidades clínicas dos recém-nascidos. “A cada novo trabalho surgem novas canções, porque são bebês diferentes, com necessidades clínicas diferentes. A música vai acompanhando o processo da criação”, explica Fernanda.

As crianças que recebem a terapia são escolhidas com apoio de uma psicóloga que faz parte do projeto. “Se a criança tem cardiopatia mais grave, não pode ser trabalhada. Isso é muito importante”, esclareceu a musicista, lembrando que os benefícios do trabalho se estendem também à equipe técnica da UTI.

O projeto começou a ser desenvolvido em 2014, no Hospital de Leiria, em Portugal, quando a artista fazia mestrado, e depois seguiu para a Espanha. Em 2016, foi feito um piloto no Hmib. E agora é inserido no dia a dia do hospital. “Esse trabalho proporciona a recuperação fisiológica do bebê e emocional da mãe. É um caminho paralelo à minha carreira artística e o Hmib tem me apoiado desde 2016.”

A chefe da UTI neonatal do hospital, Sandra Lins, disse que, quando foi realizado o projeto-piloto, foi possível observar uma queda na frequência cardíaca dos bebês, o que comprova o relaxamento dos recém-nascidos. “Se eles estavam muito estressados, com a frequência cardíaca elevada, à medida que a música ia pulsando, a frequência era reduzida”, disse a médica.

Sandra ressaltou que, devido a esse indicador, é possível falar de um saldo positivo da terapia. “É positivo, inclusive para nossa equipe, porque a música vai tomando conta dos ambientes e a equipe, que é grande e diversa, vai se acalmando”, analisou a chefe da UTI. Sandra diz que a iniciativa e seus benefícios devem ser objeto de estudo pelo hospital.

Ailane da Rocha, mãe do pequeno Pedro, internado na UTI do Hmib, conta que o filho, que nasceu no dia 6 de setembro, foi internado após ser diagnosticado com um problema no esôfago, o que exigiu uma cirurgia de correção. “Gosto muito de música, acredito nessa vibe da música. O neném gosta muito também. O pai dele é músico, ouvíamos muita música na gravidez. O bebê dormiu quando escutou a música”, disse a mãe.
Veja o vídeo:

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