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Indústria perde Lourival Novaes Dantas, ex-presidente da Fibra

Com grande pesar, a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) comunica o falecimento de Lourival Novaes Dantas, ocorrido no sábado, 3 de fevereiro. Na liderança do setor industrial, ele foi presidente da Fibra de 1995 a 2002 e ocupou o cargo de 1º secretário da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de 2002 a 2006

Foto: Pedro Santos.

Lourival Dantas tinha 83 anos. Nascido em 15 de novembro de 1940 na cidade de Altair, no interior do estado de São Paulo, era industrial do setor gráfico. No ano de 1968, chegou em Brasília e abriu a Gráfica Vera Cruz — ele era sócio de uma gráfica com o mesmo nome em Goiânia (GO). Em 1973, inaugurou a Gráfica Ipiranga, empresa que se tornou referência no País e uma das maiores indústrias do segmento no Centro-Oeste.

Foi um dos fundadores, no início dos anos 1970, do Sindicato das Indústrias Gráficas do Distrito Federal (Sindigraf-DF), que posteriormente presidiu. Sob a gestão dele se estruturou o Setor de Indústrias Gráficas (SIG), até então desocupado — as empresas do segmento se concentravam em quadras do Plano Piloto. De 1988 a 1989, foi presidente do Conselho Diretivo da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf).

"Lourival foi um amigo e um parceiro à frente do movimento sindical. Liderou com muita habilidade a indústria do DF e teve papel importante na diretoria da CNI. Meu sentimento é de extremo pesar, pois perdemos um grande homem e uma figura de grande relevância, que deixou um legado para o desenvolvimento industrial do DF", lamenta o presidente da Fibra, Jamal Jorge Bittar, que determinou luto de três dias na instituição.

História
À frente da Fibra, Lourival Dantas foi responsável por agregar a gestão das instituições da indústria no DF. Em 1997, uniu as administrações do Serviço Social da Indústria do DF (Sesi-DF) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do DF (Senai-DF), na chamada gestão compartilhada.

Com o objetivo de aumentar a competitividade da indústria local, desenvolveu e lançou a publicação Perfil Competitivo do Distrito Federal, com informações socioeconômicas regionais. No livro Diário de uma Jovem Indústria, publicado pela Fibra em 2010, justificou o projeto como uma forma de apresentar o DF como um ambiente que deveria ser levado em consideração na política nacional de desenvolvimento. "O governo sempre dava incentivos para o Sudeste e o Nordeste", afirmou.

Ainda na publicação de 2010, o experiente industrial falou sobre o desenvolvimento do DF: "Brasília foi criada para ser a capital da República, mas sempre achamos que era preciso investir no desenvolvimento local. Quando veio a independência política, em 1969, se tornou uma cidade capenga. Tinha capacidade política, mas não tinha uma parte econômica que criasse emprego e renda para se manter. Com os incentivos governamentais, começou a crescer e a atrair indústrias grandes e poderosas, como a farmacêutica e a de alimentos". E, 14 anos atrás, Lourival Dantas enxergava o potencial da indústria de tecnologia, atualmente defendida pela Fibra como de extrema importância para o desenvolvimento industrial e econômico local. "Hoje, a tecnologia da informação também é destaque. Cresceu muito, pela própria demanda da cidade", observou.

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