Mais do que um hábito cultural, o café pode ser um verdadeiro aliado da
saúde cardiovascular. Estudos indicam que o consumo moderado da bebida — de
duas a três xícaras por dia — pode reduzir o risco de doenças do coração e até
de morte precoce.
Uma pesquisa conduzida pelo cardiologista australiano Peter Kistler,
especialista em distúrbios do ritmo cardíaco, analisou mais de 450 mil
consumidores de café ao longo de dez anos e apontou benefícios significativos.
Segundo o estudo, o café moído reduziu em 27% o risco de mortalidade, enquanto
o descafeinado apresentou uma redução de 14% e o solúvel com cafeína, 11%.
Mas qual o melhor momento para saborear a bebida? A cardiologista
Fabiana Miranda Boaventura (CRM/GO 16125 RQE 10386), da equipe CDI Premium, recomenda que o café
seja ingerido pela manhã ou logo após o almoço. “Ele melhora o foco e a
produtividade, o que pode contribuir para um melhor desempenho ao longo do
dia”, explica.
Por outro lado, o consumo a partir das 15h ou 16h deve ser evitado. “A
cafeína pode atrapalhar o sono e comprometer a recuperação do organismo durante
a noite”, alerta a médica.
Ao adaptar os achados do estudo para a realidade brasileira, um ponto de
atenção é o açúcar. “O benefício é do café, não do café adoçado”, ressalta
Fabiana Boaventura. Como o café no Brasil costuma ser mais forte e frequentemente
adoçado, o consumo excessivo de açúcar pode anular os efeitos positivos da
bebida.
Outra preocupação são as cápsulas, cada vez mais populares. Apesar da
praticidade, elas contêm uma concentração maior de cafeína e podem levar a um
consumo excessivo. “Por serem pequenas, as pessoas tendem a tomar mais, o que
pode resultar em efeitos colaterais como insônia, taquicardia e arritmia,
principalmente em quem tem alguma condição cardiovascular não diagnosticada”,
explica a especialista.
O segredo, portanto, está na moderação. Quando consumido com equilíbrio
e sem excessos, o popular cafezinho pode ser um forte aliado do coração e da
produtividade.