Esquerda no DF em 2026: entre o “menos pior da vez” e o dilema da renovação política

Leandro Grass e Ricardo Cappelli disputam a preferência da militância, mas enfrentam rejeição e críticas sobre passado político e desempenho administrativo


Com a proximidade das eleições de 2026, a esquerda do Distrito Federal enfrenta um impasse: escolher o nome que será lançado ao Palácio do Buriti. Diante da ausência de renovação e de quadros fortalecidos, o debate interno gira em torno de uma escolha nada animadora: quem será o “menos pior da vez”?


Dois nomes despontam na tentativa de representar o campo progressista no DF: o ex-distrital Leandro Grass e o ex-interventor Ricardo Cappelli. A militância, contudo, demonstra insatisfação diante das opções, especialmente após anos de desgaste político da esquerda local e da impopularidade do governo federal comandado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, segundo o texto-base, ecoa em todo o país com altos índices de rejeição.


A memória recente dos brasilienses também pesa contra o retorno da esquerda ao Buriti. Governos passados como os de Cristovam Buarque, Agnelo Queiroz e Rodrigo Rollemberg ainda geram desconfiança no eleitorado. Em 2022, Grass foi o nome imposto por um acordo entre seu partido, o PV, e o PT, o que acabou resultando em uma derrota acachapante para Ibaneis Rocha (MDB), reeleito em primeiro turno.


Já Ricardo Cappelli, apontado como "forasteiro" por alguns setores, tem sua trajetória marcada pela ligação com o ex-governador do Maranhão, Flávio Dino. Sua gestão no estado terminou com o Maranhão figurando entre os mais pobres do Brasil, com 56,7% da população em situação de pobreza, conforme dados do IBGE. Após a eleição de Dino ao Senado, Cappelli assumiu cargos federais em Brasília, mas sem deixar marcas expressivas em suas passagens.


Ambos ocupam atualmente cargos de relevância no governo federal: Grass preside o Iphan, enquanto Cappelli está à frente da ABDI. No entanto, a tentativa de usá-los como vitrines de gestão parece ter gerado efeito contrário. O episódio do desabamento de um teto de ouro em uma igreja sob a responsabilidade do Iphan foi citado como exemplo da má gestão.


Com um cenário desanimador, lideranças e militantes da esquerda brasiliense se dividem entre defender o “violeiro-fake” e o “menino de ouro de Flávio Dino”, apelidos atribuídos a Grass e Cappelli, respectivamente. Em meio à disputa interna e ao receio de mais uma derrota, a grande pergunta permanece: o eleitor brasiliense aceitará apostar novamente no “menos pior da vez”?

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