Os golpes digitais deixaram de ser exceção para se tornarem uma rotina preocupante no Brasil. Com um histórico marcado por esquemas de phishing, roubo de dados e fraudes de identidade, o país já figura entre os mais afetados por crimes cibernéticos no mundo. E o prejuízo não para de crescer: segundo um estudo da DocuSign em parceria com a Onfido, empresas de grande porte podem perder até US$ 50 milhões por ano com fraudes digitais.
Um panorama dos golpes digitais no Brasil
A popularização da internet nos anos 2000 trouxe inúmeros avanços, mas também abriu espaço para práticas criminosas. E o brasileiro, com forte presença digital, virou alvo frequente. Os primeiros casos de phishing (emails falsos que simulam instituições financeiras ou empresas conhecidas) foram registrados ainda no início da década passada. Com o tempo, vieram os falsos boletos, as fraudes em marketplaces, roubos de dados via aplicativos e, mais recentemente, os golpes com uso de inteligência artificial.
De acordo com o levantamento recente, 88% das empresas entrevistadas sofreram tentativas de golpe nos últimos 12 meses. No Brasil, o número é ainda mais alarmante, já que o país ocupa posições de destaque em rankings de tentativas de fraude digital.
Fraudes mais sofisticadas, prejuízos maiores
O estudo ouviu 1.400 tomadores de decisão em 14 países, incluindo o Brasil, e apontou que 58% das empresas notaram um aumento no nível de sofisticação dos golpes. Os criminosos estão cada vez mais organizados, usam engenharia social, deepfakes e até simulam páginas e atendentes de empresas para enganar as vítimas.
Entre os setores mais afetados estão o financeiro, o varejo online e os serviços digitais, que lidam com um alto volume de dados sensíveis e transações eletrônicas. A falha na verificação de identidade é apontada como o elo mais fraco da cadeia, o que levou 71% das empresas a reavaliar seus métodos de autenticação e segurança.
O papel da tecnologia na prevenção
Para enfrentar esse cenário, muitas companhias estão apostando em soluções que unem Inteligência Artificial, biometria facial, análise de documentos e validação em tempo real. Ferramentas como essas reduzem a dependência de senhas tradicionais e dificultam a ação de criminosos.
Mas tecnologia sozinha não basta: a conscientização dos usuários e colaboradores também é parte essencial da defesa. Treinamentos, campanhas educativas e uma cultura voltada à segurança digital fazem toda a diferença.
E você, está seguro?
Golpes digitais não atingem apenas grandes corporações. Qualquer pessoa conectada pode ser vítima. Por isso, vale seguir algumas dicas básicas:
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Desconfie de mensagens alarmistas ou promoções milagrosas;
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Nunca clique em links recebidos por email ou WhatsApp sem verificar a fonte;
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Ative a verificação em duas etapas nas suas contas;
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Não compartilhe seus dados pessoais ou bancários com desconhecidos.
A história nos mostra que os golpes evoluem com a tecnologia — e nossa proteção também precisa evoluir. Informar-se é o primeiro passo para não cair em armadilhas que, além de prejuízos financeiros, podem comprometer toda a reputação de uma empresa ou a segurança de uma pessoa.