Profissionais de auditoria, compras e áreas relacionadas das Unimed federadas se reuniram na Unimed Federação Centro Brasileira no Workshop OPME em Foco, realizado nos dias 3 e 4 de abril. O evento foi formulado com o objetivo de debater o comitê criado pela Federação para unificar as compras de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), a fim de obter melhores negociações com os fornecedores.
Afinal, o primeiro contratempo que envolve tais materiais é
o fato de que não há uma tabela de preço unificada. Assim, os fornecedores
negociam de formas diferentes com cada operadora, como explicou Andrea
Bergamini, vice-presidente da Advice Health, empresa que realiza a
intermediação do comitê da Federação com os fabricantes e representantes.
“No ramo de OPME, nunca sabemos o quanto os materiais custam
e não existem comparativos técnicos. É um mercado volátil e ambíguo, que
envolve muita complexidade”, destacou ela, que é ex-integrante da Comissão de
OPME do Conselho Federal de Medicina (CFM) e referência na área.
Os participantes do Workshop debateram os aspectos técnicos,
comerciais e éticos. Por exemplo, casos de indicações inadequadas de
determinados materiais, o que gera o aumento injustificado dos custos para as
operadoras e até mesmo desperdícios.
“Chegam muitas tecnologias no Brasil, mas não são novas. A
indústria coloca algo diferente e quer vender mais caro dizendo que vai
entregar mais valor ao paciente. Temos que entender que uma nova tecnologia é
aquela que realmente entrega valor ao paciente, como mais resultado, tempo
menor de cirurgia e melhor qualidade de vida”, ressaltou Andrea.
Na federada Unimed Cerrado, o aumento abusivo de preços e as
demandas por OPMEs de alto valor agregado são alguns dos desafios enfrentados,
como contou o gerente executivo de Saúde da operadora, José Lino.
“Internamente, fazemos juntas médicas e negociações
pontuais, para comparar valor e tecnologias. Tudo sem esquecer de verificar o
melhor prazo de pagamento”, descreveu ele sobre as estratégias aplicadas.
Já na Unimed Araguaína, o maior desafio está nos preços mais
altos. “A cidade não tem aeroporto, o que deixa tudo caro e difícil. Por isso,
entramos no comitê da Federação para compras conjuntas”, relatou a responsável
pelo setor de compras de OPME da entidade, Ana Clara Reis.
“As operadoras têm tido muita dificuldade referente à
negociação e à expertise. É um meio com muitas mudanças e que requer grande
conhecimento sobre os materiais”, resumiu Tábata Martins Baicere e Silva,
coordenadora de Operações da Advice Health.
Durante o Workshop, as especialistas demonstraram como criar
a curva de aprendizado para poder “navegar” com mais tranquilidade no ramo. Uma
dica é separar os materiais por especialidades e conhecer as variedades dos
produtos.
Andrea Bergamini ainda orientou os profissionais sobre a
importância das visitas técnicas aos fornecedores, gravando ou elaborando atas
das reuniões. Também é indicado avaliar os registros de CNPJ, as autorizações
na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estudar criteriosamente
os orçamentos.
“Com o tempo, começamos a ficar com um olho clínico mais
apurado, o que nos ajuda muito nas negociações. Porém, sem esquecer de manter
sempre em mente a qualidade da assistência prestada, sustentabilidade
financeira da operadora e foco no paciente. Afinal, o beneficiário paga para
nós (operadoras) fazermos uma boa gestão da saúde dele”, definiu Andrea.
Além de profissionais da Unimed Federação Centro Brasileira,
o evento contou com a participação de representantes das federadas Unimed
Anápolis, Unimed Araguaína, Unimed Catalão, Unimed Cerrado, Unimed Goiânia, Unimed
Gurupi, Unimed Regional Sul Goiás (Itumbiara) e Unimed Rio Verde.