Recentemente, li sobre a sexalescência, termo cunhado pelo médico Manuel Posso Zumárraga para descrever o renascimento aos sessenta anos. E me perguntei: e quem está dez anos antes disso? Aos cinquenta e poucos, vivo a quinta-alescência — uma fase em que maturidade e apetite por recomeços se encontram, quando erros viraram aprendizado e seguimos com mais clareza e foco.
Nos finais de semana, pratico kitesurf e me lanço em novos desafios. No dia a dia, integro uma equipe ágil e competente que prepara o lançamento oficial da Moto Morini no PAÍS — uma marca italiana fundada em 1937. Apesar de ser o mais velho do time, lidero o desenvolvimento do concierge digital com inteligência artificial, que já atende clientes via WhatsApp, fornecendo desde informações técnicas sobre os modelos até sugestões de rotas de passeio. Isso comprova que a quinta-alescência inclui a capacidade de liderar inovações com segurança e visão estratégica.
Minha experiência mostra como a maturidade pode impulsionar projetos de ponta. Contudo, o mercado ainda trata o tempo como se fosse invisível. Mais de cinquenta e sete milhões de brasileiros têm mais de cinquenta anos — somos força produtiva, mentores e inovadores, mas seguimos fora dos squads de inclusão e das campanhas com selo ESG.
Por quê? Porque o tempo assusta. Encarar a idade é encarar o espelho — e ninguém quer lidar com isso em uma reunião de desempenho.
Mas o futuro será intergeracional ou simplesmente não será. Misture um analista júnior com um gestor sênior e observe a criatividade que surge. A quinta-alescência é esse espaço entre a pressa da juventude e o desapego da maturidade — um território onde a experiência vira energia, a pausa deixa de ser cansaço e o recomeço deixa de ser crise para se tornar privilégio.
Se você está nessa fase, saiba: você não está velho, está calibrado.