A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em conjunto com outras entidades do setor produtivo, encaminhou na manhã desta quinta-feira ofício ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestando preocupação com as recentes mudanças no processo de abertura de empresas
No ofício, as confederações reconhecem os propósitos de modernização e integração tributária da medida, mas alertam para riscos operacionais, jurídicos e econômicos que podem impactar negativamente o ambiente de negócios no Brasil, especialmente para micro e pequenas empresas. O documento elenca seis pontos de atenção:
Além da CNC, assinam o ofício a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg), a Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (Fin), a Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
As novas regras estão previstas para entrar em vigor no próximo dia 27, com a implementação do Módulo de Administração Tributária da Receita Federal.
No ofício, as confederações reconhecem os propósitos de modernização e integração tributária da medida, mas alertam para riscos operacionais, jurídicos e econômicos que podem impactar negativamente o ambiente de negócios no Brasil, especialmente para micro e pequenas empresas. O documento elenca seis pontos de atenção:
- Nova etapa obrigatória na inscrição do CNPJ - Com a mudança, será exigida, já no ato de registro, a definição do regime tributário da empresa (Simples Nacional ou regimes oriundos da reforma tributária). Atualmente, essa escolha pode ser feita em até 30 dias após a obtenção do CNPJ, o que dá mais tempo para planejamento estratégico.
- Aumento da burocracia e potencial atraso na liberação do CNPJ - concessão do número de CNPJ dependerá do preenchimento de novos questionários no Portal Redesim. Segundo o ofício, esses instrumentos ainda não foram integralmente divulgados, o que pode comprometer a previsibilidade do processo e alongar o atual prazo médio de até dois dias úteis para abertura de empresas.
- Fragmentação do fluxo processual - A medida exigirá uma transição obrigatória entre os sistemas das Juntas Comerciais e o Portal Redesim, rompendo com o modelo de integração gradual que vinha sendo construído nos últimos anos entre os órgãos envolvidos.
- Prazo exíguo para adaptação tecnológica das Juntas ComerciaisNenhuma das 27 Juntas Comerciais estaduais, nem a do Distrito Federal, declarou estar pronta para adaptar seus sistemas dentro do cronograma proposto pela Receita. Os entes federativos consideram o prazo tecnicamente inexequível.
- Riscos de retrabalho e insegurança jurídicaO Convênio Redesim Conectada já havia enviado ofício à Receita Federal solicitando revisão do cronograma, alertando para riscos iminentes de retrabalho, insegurança jurídica e aumento da burocracia para os empreendedores.
- Pedido de revisão e articulação institucional - Diante da gravidade dos impactos, as entidades pedem ao ministro Fernando Haddad que articule com os órgãos competentes a reavaliação do escopo, dos prazos e dos meios de implementação do novo módulo. Além disso, colocam-se à disposição para contribuir na construção de um posicionamento institucional conjunto, com foco na simplificação, previsibilidade normativa e segurança jurídica nos processos de formalização empresarial.
Além da CNC, assinam o ofício a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg), a Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (Fin), a Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).