Declaração de Paula Belmonte sobre caso de assédio gera indignação e pedido de cassação na CLDF
A deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania), atual Procuradora Especial da Mulher da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), causou revolta ao comentar publicamente o caso de assédio sexual envolvendo o também deputado Daniel Donizet (MDB).
Em entrevista concedida à TV Globo local no início de setembro, Belmonte afirmou que mulheres no gabinete do parlamentar teriam que se submeter ao “teste do sofá”. A declaração, considerada ofensiva e misógina, gerou forte reação entre servidoras da Casa, que se sentiram diretamente atingidas pela generalização feita pela deputada.
Como resposta, dez funcionárias protocolaram uma representação contra Paula Belmonte, alegando quebra de decoro parlamentar. No documento, ao qual o Radar DF teve acesso, as servidoras pedem a cassação do mandato da deputada, argumentando que suas palavras são incompatíveis com o cargo de Procuradora da Mulher — função que exige compromisso com a defesa dos direitos femininos.
O caso foi analisado pela Procuradoria Geral da CLDF, que emitiu parecer favorável à continuidade do processo. No entanto, ao chegar à Mesa Diretora na quarta-feira (8), a representação enfrentou resistência inicial. O presidente da Câmara, Wellington Luiz (MDB), e os deputados Martins Machado (Republicanos), Daniel de Castro (PP) e a própria Paula Belmonte votaram pelo arquivamento do pedido.
A análise do caso, no entanto, foi interrompida após o deputado Roosevelt Vilela (PL) pedir vista do processo. A ausência dos deputados Ricardo Vale (PT) e Robério Negreiros (PSD), também membros da Mesa Diretora, levou à reconsideração da decisão, e o caso permanece em tramitação.
As servidoras que assinam a representação classificam a fala de Belmonte como uma grave ofensa à dignidade das mulheres que atuam na CLDF. Para elas, a expressão “teste do sofá” reforça estereótipos sexistas e desvaloriza o trabalho feminino dentro do legislativo.
O desfecho do processo ainda está em aberto, mas o episódio já provocou desgaste à imagem da parlamentar, que ocupa justamente o cargo que deveria ser símbolo da proteção e valorização das mulheres no ambiente político.


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