O documento defende a modernização do ambiente tributário brasileiro, a segurança jurídica para contribuintes regulares e a recuperação de até R$ 30 bilhões ao ano com o combate ao crime organizado fiscal.
As Frentes Parlamentares pelo Brasil Competitivo (FPBC), da Agropecuária (FPA), do Comércio e Serviços, do Empreendedorismo, Mista da Inteligência Artificial, da Micro e Pequena Empresa, da Indústria, do Cooperativismo e da Habitação lançaram um manifesto em apoio ao avanço do Projeto de Lei Complementar nº 125/2022 (Código de Defesa do Contribuinte).
O documento representa uma ação coordenada do Parlamento com o setor produtivo
para modernizar o sistema tributário brasileiro, garantir segurança jurídica
aos bons contribuintes e combater práticas sistemáticas de inadimplência
adotadas por devedores contumazes.
O manifesto afirma que o PLP 125/2022 é um marco civilizatório na relação entre
Estado e contribuinte, ao estabelecer regras claras, previsíveis e
proporcionais. O texto diferencia empresas que enfrentam dificuldades legítimas
– com dívidas em discussão judicial, parceladas ou suspensas por decisão legal
– daquelas que utilizam a inadimplência de forma estratégica para obter
vantagem competitiva irregular sobre quem paga seus tributos corretamente.
Atualmente, estima-se que aproximadamente 1.200 CNPJs classificados como devedores contumazes acumulem mais de R$ 200 bilhões em débitos tributários, prejudicando a arrecadação pública, a concorrência leal e a geração de empregos. Com a aprovação do PLP, até R$ 30 bilhões por ano poderão ser recuperados, fortalecendo o investimento público em áreas essenciais.
Diferenciais do projeto destacados pelas Frentes signatárias
O manifesto ressalta que o PLP 125/2022:
• Estabelece critérios
objetivos para identificação e penalização de devedores contumazes;
• Garante os direitos fundamentais do contribuinte regular,
como ampla defesa, acesso à informação e previsibilidade;
• Promove a
autorregularização e a resolução cooperativa de controvérsias;
• Fortalece a
confiança entre o setor produtivo e a administração pública, estimulando o
investimento privado.
Convergência entre setor produtivo, Parlamento e governo
O manifesto é fruto do jantar-debate realizado em Brasília pela FPBC, que
reuniu líderes das principais frentes parlamentares, representantes da equipe
econômica do governo e do setor produtivo. Durante o encontro, houve consenso
sobre a urgência de combater o crime organizado fiscal e dar celeridade à
aprovação do projeto.
“Não podemos ser o último país a aprovar leis rigorosas contra o crime
organizado. Está chegada a hora de avançar de forma definitiva”, afirmou
Rogério Caiuby, conselheiro executivo do Movimento Brasil Competitivo (MBC).
O deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), vice-presidente da FPBC, destacou que “o
devedor contumaz abre empresas com a finalidade de não pagar tributos e gerar
concorrência desleal, prejudicando quem produz e gera empregos no país”.
A presença de representantes do governo federal no encontro que originou o
manifesto demonstrou o alinhamento institucional em torno do tema. O secretário
da Receita Federal, Robson Barreirinhas, destacou que o projeto diferencia quem
comete erros pontuais de quem utiliza a inadimplência como modelo de negócio:
“O devedor contumaz não é um contribuinte comum – ele abre a empresa para não
pagar tributo e obter vantagem em cima de quem gera emprego e riqueza para o
país.”
A procuradora-geral da Fazenda Nacional, Anelize Lenzi Ruas de Almeida, afirmou
que a proposta representa “um marco na história da relação entre o contribuinte
e a administração tributária”, ao fortalecer a confiança mútua e promover
justiça fiscal.
Também presente no debate, o secretário de Desenvolvimento Industrial, Comércio
e Serviços do MDIC, Ualace Moreira, ressaltou que o PLP é determinante para
assegurar previsibilidade ao ambiente de negócios, condição essencial para
atrair investimentos e acelerar o crescimento econômico.
Ao final, as Frentes reforçam que o avanço do PLP 125/2022 representa um passo
decisivo para a construção de um ambiente econômico mais justo, previsível e
competitivo, com benefícios para toda a sociedade brasileira.

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