Entre absolvições, anulações e memórias curtas, Gim Argello, José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz e Júnior Brunelli voltam a testar os limites da paciência e da consciência do eleitor brasiliense.

Brasília, que já foi palco de malas, orações e escândalos milionários, assiste novamente à movimentação de velhos conhecidos da política local. Gim Argello, José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz e Júnior Brunelli, todos com passagens pela Justiça e pela prisão, articulam discretamente seus retornos ao cenário eleitoral de 2026 — como se o tempo tivesse apagado tudo o que já foi visto, ouvido e condenado.
Gim Argello: o retorno após a Lava Jato
Ex-senador, Gim Argello foi preso durante a Operação Lava Jato, acusado de receber propina para barrar investigações no Congresso. Beneficiado por decisão judicial que anulou sua condenação, ele agora se movimenta nos bastidores como coordenador político. Nos planos, aparece ao lado de Domingos Lamoglia, ex-conselheiro também envolvido em denúncias passadas, que deve assumir a tesouraria do grupo. O Avante seria comandado por Carol Fleury, tendo Daniel Radar na vice-presidência.
José Roberto Arruda: o eterno retorno
Condenado e preso por envolvimento no Mensalão do DEM, o ex-governador José Roberto Arruda tenta ressurgir como líder partidário. Conversas com Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, indicam que Arruda deve reassumir o comando da legenda no Distrito Federal em 2026 — movimento que pode empurrar Paulo Octávio e seu filho para fora da sigla.
A imagem de Arruda chegando algemado à sede da Polícia Federal em Brasília ainda está viva na memória coletiva, mas o ex-governador tenta reescrever sua história com um discurso de “competência administrativa” e “nova chance”.
Agnelo Queiroz: o gestor sob suspeita
Ex-governador e ex-ministro, Agnelo Queiroz também tenta reconstruir sua trajetória política. Condenado por improbidade administrativa no escândalo do superfaturamento do Estádio Nacional Mané Garrincha — obra símbolo dos excessos e irregularidades da Copa do Mundo de 2014 —, ele aposta agora em um discurso de “experiência e dedicação ao povo”.
Para seus críticos, o novo discurso soa como uma tentativa de apagar os prejuízos deixados por uma gestão marcada por denúncias e déficit fiscal.
Júnior Brunelli: a “oração da propina”
Poucos personagens simbolizam tão bem o cinismo político quanto Júnior Brunelli. O ex-deputado distrital protagonizou uma das cenas mais lembradas da história política do DF — a famosa “oração da propina”, registrada em vídeo ao lado de Durval Barbosa, então delator do esquema de corrupção.
Agora, Brunelli ensaia um retorno discreto, mirando novamente uma cadeira na Câmara Legislativa. A ironia é inevitável: aquele que orou sobre maços de dinheiro tenta reaparecer como defensor da moralidade pública.
Um espelho para o eleitor
O retorno desses nomes vai além da articulação partidária. É um teste moral. Um espelho voltado ao eleitor do Distrito Federal: o que aprendemos com as décadas de escândalos, prisões e absolvições?
A democracia permite o perdão, mas não obriga o esquecimento. Quando os mesmos rostos voltam às urnas travestidos de esperança, o voto deixa de ser um ato de renovação e passa a ser cúmplice da reincidência.
A “República dos Condenados”
O cenário de 2026 desenha o que muitos chamam de “República dos Condenados” — uma Brasília que parece condenada a reviver seu passado. Entre absolvições jurídicas e anulações processuais, a velha guarda tenta convencer o eleitor de que é possível mudar sem sair do lugar.
Mas há um limite entre a absolvição nos tribunais e o perdão nas urnas. Quando a sociedade confunde as duas coisas, o absurdo se torna rotina.
Se esses nomes voltarem ao poder, não será apenas uma vitória pessoal de cada um deles. Será uma derrota coletiva, um atestado de que a memória política do DF foi corrompida pelo esquecimento.

Brasília, que já foi palco de malas, orações e escândalos milionários, assiste novamente à movimentação de velhos conhecidos da política local. Gim Argello, José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz e Júnior Brunelli, todos com passagens pela Justiça e pela prisão, articulam discretamente seus retornos ao cenário eleitoral de 2026 — como se o tempo tivesse apagado tudo o que já foi visto, ouvido e condenado.
Gim Argello: o retorno após a Lava Jato
Ex-senador, Gim Argello foi preso durante a Operação Lava Jato, acusado de receber propina para barrar investigações no Congresso. Beneficiado por decisão judicial que anulou sua condenação, ele agora se movimenta nos bastidores como coordenador político. Nos planos, aparece ao lado de Domingos Lamoglia, ex-conselheiro também envolvido em denúncias passadas, que deve assumir a tesouraria do grupo. O Avante seria comandado por Carol Fleury, tendo Daniel Radar na vice-presidência.
José Roberto Arruda: o eterno retorno
Condenado e preso por envolvimento no Mensalão do DEM, o ex-governador José Roberto Arruda tenta ressurgir como líder partidário. Conversas com Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, indicam que Arruda deve reassumir o comando da legenda no Distrito Federal em 2026 — movimento que pode empurrar Paulo Octávio e seu filho para fora da sigla.
A imagem de Arruda chegando algemado à sede da Polícia Federal em Brasília ainda está viva na memória coletiva, mas o ex-governador tenta reescrever sua história com um discurso de “competência administrativa” e “nova chance”.
Agnelo Queiroz: o gestor sob suspeita
Ex-governador e ex-ministro, Agnelo Queiroz também tenta reconstruir sua trajetória política. Condenado por improbidade administrativa no escândalo do superfaturamento do Estádio Nacional Mané Garrincha — obra símbolo dos excessos e irregularidades da Copa do Mundo de 2014 —, ele aposta agora em um discurso de “experiência e dedicação ao povo”.
Para seus críticos, o novo discurso soa como uma tentativa de apagar os prejuízos deixados por uma gestão marcada por denúncias e déficit fiscal.
Júnior Brunelli: a “oração da propina”
Poucos personagens simbolizam tão bem o cinismo político quanto Júnior Brunelli. O ex-deputado distrital protagonizou uma das cenas mais lembradas da história política do DF — a famosa “oração da propina”, registrada em vídeo ao lado de Durval Barbosa, então delator do esquema de corrupção.
Agora, Brunelli ensaia um retorno discreto, mirando novamente uma cadeira na Câmara Legislativa. A ironia é inevitável: aquele que orou sobre maços de dinheiro tenta reaparecer como defensor da moralidade pública.
Um espelho para o eleitor
O retorno desses nomes vai além da articulação partidária. É um teste moral. Um espelho voltado ao eleitor do Distrito Federal: o que aprendemos com as décadas de escândalos, prisões e absolvições?
A democracia permite o perdão, mas não obriga o esquecimento. Quando os mesmos rostos voltam às urnas travestidos de esperança, o voto deixa de ser um ato de renovação e passa a ser cúmplice da reincidência.
A “República dos Condenados”
O cenário de 2026 desenha o que muitos chamam de “República dos Condenados” — uma Brasília que parece condenada a reviver seu passado. Entre absolvições jurídicas e anulações processuais, a velha guarda tenta convencer o eleitor de que é possível mudar sem sair do lugar.
Mas há um limite entre a absolvição nos tribunais e o perdão nas urnas. Quando a sociedade confunde as duas coisas, o absurdo se torna rotina.
Se esses nomes voltarem ao poder, não será apenas uma vitória pessoal de cada um deles. Será uma derrota coletiva, um atestado de que a memória política do DF foi corrompida pelo esquecimento.
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# Foco Nacional


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