Com a proximidade das eleições de 2026, o Distrito Federal volta a enfrentar uma onda de desinformação eleitoral, marcada pelo uso de enquetes enganosas em redes sociais. Essas supostas “pesquisas”, sem qualquer embasamento técnico ou registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), têm sido utilizadas por alguns pré-candidatos como estratégia para inflar artificialmente a própria popularidade.
O movimento, que ganhou força em blogs e perfis de pouca credibilidade, já chamou a atenção do Sistema de Alerta de Desinformação Eleitoral (Siade) — ferramenta do TSE criada para combater fake news — e do Ministério Público Federal (MPF), que acompanha possíveis práticas fraudulentas e abusivas.
Essas enquetes online não possuem validade estatística. Qualquer pessoa pode votar diversas vezes, usando janelas anônimas ou VPNs, o que distorce completamente os resultados.
Entre os que mais utilizam esse tipo de artifício está José Roberto Arruda, que já havia recorrido à mesma tática nas eleições anteriores, quando apoiou a candidatura de sua esposa, Flávia Arruda, ao Senado pelo DF.
Naquele pleito, Flávia aparecia à frente em “pesquisas” divulgadas nas redes, impulsionadas por narrativas fabricadas que apontavam uma vitória certa. O objetivo era criar uma percepção de favoritismo, atraindo votos de indecisos e enfraquecendo adversários.
Porém, o resultado nas urnas mostrou outra realidade: Damares Alves (Republicanos), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, venceu a disputa com 45% dos votos válidos (cerca de 715 mil), contra 27% de Flávia Arruda (aproximadamente 408 mil votos).
A vitória de Damares, fortalecida pelo apoio de Michelle Bolsonaro e do eleitorado evangélico conservador, evidenciou a fragilidade das enquetes manipuladas. Durante a campanha, houve troca de acusações entre as equipes, e Damares chegou a denunciar à Justiça Eleitoral a divulgação de informações falsas atribuídas ao grupo de Arruda.
Com a proliferação dessas falsas pesquisas na internet, o SIADE, criado pelo TSE em 2021 dentro do Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação (PPED), ganhou ainda mais destaque.
Nas eleições municipais de 2024, o sistema registrou mais de 5 mil alertas, resultando na remoção de conteúdos enganosos em plataformas como WhatsApp e X (antigo Twitter).


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