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Avanços das técnicas de vitrificação de oócitos e embriões são destaque no CBRA 2020

A vitrificação de oócitos e embriões representa um marco importante para a área de medicina reprodutiva. Além de possibilitar o aperfeiçoamento do processo de congelamento, o método proporcionou avanços significativos em técnicas laboratoriais e em estratégias clínicas. Os principais avanços relacionados à vitrificação de oócitos e embriões serão destacados durante a programação da 24ª edição do Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida (CBRA 2020), que acontece virtualmente, de 1º a 3 de outubro. 

O embriologista americano e diretor laboratorial do Pacific Fertility Center, de São Francisco, Joe Conaghan, falará sobre o assunto durante mesa-redonda Laboratório em Foco, que acontecerá no dia 2 de outubro, das 12h às 13h30. 

Segundo o embriologista e membro  da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Ivan Henrique Yoshida, a técnica de vitrificação vem sendo utilizada pelas clínicas brasileiras desde 2005. Mas somente em 2010 ela foi homologada pelas Sociedades Americana e Europeia de Medicina Reprodutiva (ASRM/ ESHRE), deixando de ser considerada experimental e passando a representar o padrão ouro. 

“Com o passar dos anos, a técnica de vitrificação tem sido aprimorada. Novos avanços tecnológicos incluem a automatização de processos técnicos – que atualmente são realizados por embriologistas –, como a própria técnica de vitrificação e o armazenamento das amostras, que hoje já podem ser estocadas por braços robóticos em tanques controlados por inteligência artificial com sofisticado controle de rastreabilidade”, ressalta. 

Sobre a técnica – Na reprodução assistida, a vitrificação é utilizada no congelamento de oócitos (óvulos), embriões e tecidos reprodutivos e é indicada para mulheres que desejam preservar a fertilidade e postergar a gravidez ou em casais inférteis em tratamento de fertilização in vitro. A técnica é mais eficaz porque possibilita um resfriamento rápido das células reprodutivas, impedindo a formação de cristais de gelo no seu interior. 

De acordo com Yoshida, no caso da vitrificação de óvulos, o procedimento basicamente é utilizado para preservação da fertilidade (social e oncológica) e ocorre no mesmo dia da punção folicular, sem maiores manipulações laboratoriais. Já no caso da vitrificação de embriões, é necessário fertilizar os óvulos e acompanhar o desenvolvimento embrionário em cultura por até 7 dias. “Em ambos os casos, os gametas e embriões são desidratados e expostos a crioprotetores e então podem ser armazenados em tanques de nitrogênio líquido por tempo indeterminado, sem perda da viabilidade e qualidade”, completa. 

Para o embriologista, a possibilidade de congelar gametas e embriões trouxe avanços importantes para a reprodução assistida. “Com a vitrificação foi possível aperfeiçoar o processo de congelamento, garantindo melhores taxas de sobrevivência e, com isso, de gestação. Além disso, o procedimento possibilitou o desenvolvimento de outras técnicas laboratoriais como o estudo genético embrionário e de estratégias clínicas como o freeze all”, finaliza. 

A presidente da SBRA, Hitomi Nakagawa, ressalta que a técnica de preservação de gametas, embriões e tecidos gonádicos também está contemplada na última Resolução do Conselho Federal de Medicina (no 2168/2017) e tem propiciado que gestações possam ser programadas para momentos mais oportunos da vida. 

Sobre o evento – Neste ano, o CBRA 2020 será totalmente gratuito para sócios da SBRA, da Associação Brasileira de Embriologistas (PRONÚCLEO), da REDLARA e alunos de graduação. Ao longo de três dias de evento, especialistas nacionais e internacionais de diversos campos da saúde e de vários países, com o objetivo de debater os avanços da área, abordarão temas como protocolos de estimulação ovariana, falha de implantação embrionária, manejo do paciente azoospérmico, fragmentação do DNA espermático e uso de espermatozoides testiculares, técnicas de biometria facial na escolha de doadores, entre outros. 

O Congresso é interdisciplinar e aborda aspectos de cada área envolvida no processo da Reprodução Assistida. Podem participar profissionais interessados no tema, associados ou não à SBRA, como embriologistas, enfermeiros, psicólogos, advogados, biomédicos, farmacêuticos, veterinários e biólogos, e médicos que atuam em reprodução humana e áreas afins, como ginecologistas, urologistas, oncologistas e gestores de clínicas. Faça a sua inscrição clicando aqui

Serviço: XXIV Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida
Data: 1º a 3/10/2020
Local: Plataforma virtual, a ser definida.
Acompanhe as novidades sobre o CBRA 2020 no site do evento: cbra2020.com.br 

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